quarta-feira, 12 de maio de 2010

Clariceando.

(...) Sobre cada dia ela se equilibrava nas pontas dos pés, sobre cada frágil dia que de um instante para outro poderia se partir e cair em escuridão. Mas ela milagrosamente o atravessava e exausta de alegria e cansaço chegava a dormir para o dia seguinte surpreendida recomeçar. O Lustre
(...) Conheceria ela algum dia do amor o seu adeus? Conheceria algum dia do amor e seus desmaios? Teria a seu modo o doce voo? De nada sei. Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só. A Hora da Estrela
(...) Mas não sei como captar o que acontece já senão vivendo cada coisa que agora e já me ocorra e não importa o quê. Deixo o cavalo livre correr fogoso de pura alegria nobre. Eu, que corro nervosa e só a realidade me delimita. E quando o dia chega ao fim ouço os grilos e torno-me toda cheia e ininteligível. Depois a madrugada vem com seu bojo pleno de milhares de passarinhos barulhando. E cada coisa que me ocorra eu a vivo aqui anotando-a. Pois quero sentir nas minhas mãos perquiridoras o nervo vivo e fremente do hoje. Água Viva

2 comentários:

Unknown disse...

Afinal, o que seria de nós sem Clarice para nos ajudar a compreender a vida?

Aline PiresS disse...

Sem Clarice, não haveria compreensão pra taanta coisa...